28 de nov. de 2011

Experiências da Paty...


Cadê meu ônibus?
Minha aula de pedagogia noturna, começa às 19:00 horas em ponto e termina às 22:23, também em ponto. Só que quando é dia de avaliação, o aluno é quem faz o seu tempo, ou seja, é permitido ultrapassar um pouco esse horário, se ele ainda não terminou a avaliação. E foi o que aconteceu comigo naquela noite.
A professora havia feito uma prova muito extensa, que exigia respostas gigantes e com embasamento nas frases dos autores estudados em aula. E para a minha surpresa, consegui fazer fluir meu pensamento e fiz a prova com tranquilidade.
Quando terminei, percebi que já era 10:30, e me assustei completamente, pois o único ônibus que me deixava perto de casa, saía às 10:40. E para atravessar o campus, levava em média quinze minutos, por isso entreguei a prova e saí correndo como uma louca.
Quase caindo, atravessei o campus escuro e cheguei ao ponto de ônibus dentro da universidade. Chegando lá o meu desespero foi maior ainda, pois os ônibus que ficavam alí, já tinham ido embora. A essa hora, os estudantes já estavam saindo e o lugar começava a ficar deserto.
Entrei em desespero ao perceber que não teria como voltar para casa, já que aquele era o último ônibus que ia para Gravataí. Resultado: tive de pensar rápido e me arriscar a pedir carona à uma pessoa que nunca havia visto na vida, para que eu pudesse ir até ao ponto de ônibus fora da universidade.
Avistei um rapaz que entrava no carro com um senhor e me dirigi até eles. Com a maior vergonha, me aproximei e expliquei a minha delicada situação. Os dois me ouviram com atenção e se olharam, neste momento pensei que se fosse eu, talvez não desse carona à um estranho. Por isso, já estava preparada para uma resposta negativa.
Quando os dois deram sorrisos amigáveis e disseram que me dariam sim a carona, minha aflição começou a atenuar. Eles disseram que entendiam a minha situação e que me ajudariam me levando até onde eu precisava.
Ao entrar no carro, nem pensei que hoje em dia é muito arriscado entrar no veículo de pessoas desconhecidas, mas diante daquele problema, eu teria que ousar ser sortuda e confiar que ainda existem pessoas boas no mundo.
E foi o que aconteceu, eles foram muito agradáveis me levaram ao lugar onde pedi. Chegando lá, eu agradeci muito, mas muito mesmo, pois essa atitude foi determinante para que eu pudesse ter a opção de pegar outro ônibus. Eles me deram boa noite e partiram.
Agora eu teria de esperar por outro ônibus que também era o último, segundo o que minha mãe havia me falado por telefone. Fiquei uns minutos na parada e vi quando o ônibus se aproximava, quase chorei de alívio.
No dia seguinte, comentei o que aconteceu com meus colegas e alguns me contaram que o motorista do ônibus havia saído quase quatro minutos mais cedo na noite passada e que ele vinha fazendo isso seguido.
Fiquei muito furiosa, mas pensando bem, cheguei à algumas conclusões determinantes:
Primeiro, o tempo é curto. Segundo, quando você faz o seu próprio tempo, tem de estar ciente de que vai sofrer as consequências cabíveis à isso. Terceiro, pense rápido e se mexa,  as coisas não vão esperar por você. Quarto, ainda existem pessoas boas no mundo que se comovem até com os dramas do cotidiano. E quinto, se muitas pessoas dependem de você, assim como esse motorista do ônibus, quando você modifica suas ações, nem que seja por míseros quatro minutos de antecedência, você pode prejudicar muito a vida do próximo. 
Pense nisso!
^^  


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